Sigo escrevendo

20:28

Me sinto ruim em muitas coisas. Podem não acreditar, mas escrever é uma delas. A menos que surja uma luz e eu escreva um texto de cinco parágrafos em 7 minutos, controlando para que meus pensamentos não atropelem meus dedos, me acho ruim nisso. Acho que é isso que faz com que eu tente ser sempre melhor.

No prézinho, fui a segunda da classe que aprendeu a ler/escrever. Considero isso como um combo, porque apenas letras soltas e meu nome não eram contabilizados como escrita. Tive diferença de um minuto para a primeira pessoa que aprendeu, e talvez esse lado competitivo que tenha alimentado essa insegurança.

Mas tudo bem, eu me achava o máximo contando para a minha agenda da Barbie sobre o meu dia, o que tinha comido e os diálogos com a tia da cantina. Falava quão chateada estava porque um coleguinha não tinha me dado oi – e haja drama nesse relato. Saia de um filme e continuava a história dele por escrito.

Cada escrita de acordo com o que eu passava, sempre. Primeira paixãozinha, briga com a melhor amiga, cópia de scrap do Orkut, conversa do MSN, mudança de escola. Tudo sempre bem detalhado. E então, um blog.

Todo texto meu tem pelo menos um pedacinho de algo que eu sinto, vivo ou vivi. E isso faz com que eu me sinta exposta. Faz com que a critica seja ainda maior. Até que ponto eu estou disposta a dividir algo tão pessoal, que antigamente ocupava somente as páginas dos meus cadernos, e eram lidos para poucas pessoas com algumas edições?

Apesar disso, sempre opto por continuar. Deixar que o mundo me conheça mais um pouquinho, para quem sabe assim, eu conhece-lo também.


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